Caos causado pela Dengue foi pauta de discussão em Audiência Pública realizada em Santa Rosa.

Na quarta-feira, 22 de maio, foi realizada no plenário da Câmara de Vereadores, uma reunião extraordinária do Conselho Municipal de Saúde e Audiência Pública da Fundação Municipal de Saúde de Santa Rosa (Fumssar), onde além do relatório de gestão do 1º Quadrimestre de 2024, foram abordados temas relacionados a saúde como por exemplo, a epidemia de dengue, onde até antes das enchentes que assolaram o Estado, o município Santa Rosa estava no topo do ranking com elevados números de casos confirmados e registro de vários óbitos. Atualmente o município registra 13.912 casos autóctones da doença e 17 óbitos, conforme planilha enviada a nossa reportagem pela 14ª Coordenadoria Regional de Saúde com sede em Santa Rosa. 

Na Audiência Pública, o repórter Silvio Brasil do Lupa Notícias e Reportagem Silvio Brasil,  questionou os gestores se a logística de ações empregadas pela Fundação Municipal de Saúde no início da epidemia de dengue não havia sido tardia demais, pois, houve uma demora para que as ações começassem a ocorrer, pois, de repente quando o número de casos estourou, as iniciativas adotadas pelos gestores, como por exemplo, transformar as Unidades Básicas de Saúde em hospitais de campanha sobrecarregou o sistema e servidores da linha frente e porque a fundação não buscou o envolvimento de entidades particulares como universidades com cursos de enfermagem para fazerem parte das ações. Questionamos também sobre a atuação tardia do exército.   

Outro questionamento foi com relação aos Agentes de Saúde, onde os mesmos receberam ordem direta para deixaram suas respectivas funções e passassem a atuar como agentes de endemias. 

Durante o caos instalado na cidade, os servidores das Unidades Básicas de Saúde começaram a apresentar exaustão e outros problemas de saúde física e psicológica, devido a sobrecarga de trabalho. Diante disso, nossa reportagem questionou o que foi feito pela gestão da Fundação Municipal de Saúde de Santa Rosa (Fumssar) para dar suporte a esses profissionais. 

Ao buscar responder, a Diretora de Atenção Primaria, não concordou com os nossos questionamentos afirmando que a logística adotada foi totalmente acertada e que cada gestão tem um jeito de agir. Enfatizou que as ações ocorreram desde o início da pandemia citando inclusive a inserção do exército nas ações desde o primeiro caso. Sobre os servidores da linha de frente, a diretora destacou que todos sofreram “Todo mundo chorou porque é difícil passar por uma epidemia”, mas não apontou nenhuma ação de suporte psicológico aos mesmos diante do caos instalado na cidade com a enorme demanda nas Unidades Básicas de Saúde. Sobre as Agentes de Endemias estarem em “desvio de função”, ela afirmou que todos são agentes de saúde e que, portanto, a situação citada com relação as agentes de saúde eram equivocadas, pois todas tem na sua previsão de atividades, trabalhar na dengue. 

Nossa reportagem levantou que na prática, o exercito só saiu em apoio as ações de combate a dengue, no dia 09 de abril e nessa data as agentes de saúde já estavam em desvio de função. 

Na audiência pública foram apresentados números relacionados a movimentação financeira e investimentos patrimoniais como por exemplo a aquisição de nova frota cujo o recurso já vem carimbado para tal finalidade. 

Diante de tudo que foi apresentado, nossa reportagem após fazer alguns levantamentos, verificou que existe uma dissociação muito grande no que se fala e o que realmente se faz. Após a fala da gestora local na área das saúde, onde a mesma afirma que as medidas adotadas foram corretas,  nossa reportagem verificou os dados recentes no portal do Ministério da Saúde (https://sisab.saude.gov.br) e encontrou informações que divergem. Encontramos dados mostrando que nos meses de janeiro, fevereiro, março e abril de 2024 não houve registro de nenhuma ação específica para prevenção de ambientes e controle de vetores. Conclui-se que houveram ações coletivas e inclusas em outras visitas domiciliares, mas não houveram ações exclusivas e focadas para inspeção de ambientes e combate a vetores. Outro fator que pode ter ocorrido é a falta de fornecimento dos dados para o Ministério da Saúde (o que também é grave, pois é obrigatório!).