Dois meses depois da enchente, famílias ribeirinhas de Santa Rosa, ainda não receberam o  Auxílio Reconstrução.

O cadastramento feito pelas prefeituras é o primeiro passo para solicitar o benefício de R$ 5,1 mil, em parcela única. 

Para tanto, cada prefeitura deve cadastrar pelo site oficial os dados das famílias residentes em áreas efetivamente atingidas pelas enchentes, que abandonaram suas casas, de forma temporária ou definitiva.

Este aliás é exatamente o caso do município de Santa Rosa, na região noroeste do Rio Grande do Sul.

De acordo com a Caixa Econômica Federal, das 250,2 mil famílias, 249,2 já estão com o dinheiro na conta, o que equivale a R$ 1,2 bilhões de reais. Não há critério definido para uso do recurso federal. O valor pode ser usado da maneira que as vítimas acharem melhor. 

Vários casos estão em análise, seja por algum problema no Cadastro de Pessoa Física (CPF), no endereço informado ou porque demandam uma verificação em campo, que será feita pela Defesa Civil. Por algum motivo, o município de Santa Rosa entrou no pente fino e desta forma o pagamento do benefício não foi efetuado até o momento. 

Na lista de municípios com reconhecimento vigente, Santa Rosa é o de número 311.

O porquê, ou seja, os motivos pelo qual os ribeirinhos de Santa Rosa atingidos pela enchente ainda não receberam o benefício é uma incógnita. 

Nossa reportagem apurou que realmente ocorreu uma vistoria nos cadastros de Santa Rosa pelo governo federal. De acordo com informações de uma fonte fidedigna, representantes do governo federal estiveram conferindo in loco, onde inicialmente a Defesa Civil Municipal havia cadastrado 330 famílias diretamente atingidas pelas enchentes dos rios com laudo inclusive da assistência social.

O problema é que também foram cadastradas famílias atingidas por enxurradas (boca lobos), aumentando consideravelmente o número de atingidos de 330 para mais de 600, porém, o benefício atingiria apenas as famílias vítimas das enchentes dos rios.   

Ainda conforme a nossa fonte, na época da enchente, 02 de maio de 2024, a Defesa Civil realizou o levantamento e cadastramentos de famílias atingidas pelas enchentes dos rios em Santa Rosa nas seguintes localidades: Vila Piekala, Vila Winkelmann,  Bairro Planalto (Ruas Demétrio Ribeiro, Barro Preto, Guanabara, João Magalhães Filho e Rua São Pedro) Vila Nova acesso ao bairro Sulina, Fundos da Rua Raul Leite e Uruguaiana (Sulina), Vila Santa Inês, bairro Auxiliadora (Vilas Bom Retiro e Bom sucesso). Rincão dos Rolins, Água Santa, Avenida Perimetral do início da Rua Inhancorá, Borges de Medeiros (Centro locais onde passa o rio) e Travessa Guaíba, totalizando 330 famílias atingidas. Os locais foram mapeados e enviados pela Defesa Civil Municipal ao governo federal. 

Como ocorreram outros registros além dos que foram realizados pela Defesa Civil, com situações não cobertas pelo governo federal, um pente fino nos cadastros está sendo realizado ocasionando o atraso nos pagamentos as famílias com direito ao benefício. 

Nesta quinta-feira, 04 de julho, ás 10h55min, a reportagem entrou em contato com a atual Secretária de Assistência Social de Santa Rosa, senhora Taísa Boelter, através de seu número de WhatsApp, questionando a mesma sobre  os atrasos nos pagamentos do benefício do Auxilio Reconstrução do governo federal aos atingidos pela enchente  e também a respeito de um suposto pente fino que está sendo realizado devido alguns cadastros. Também perguntamos se pasta possui alguma data estipulada para os pagamentos. 

Infelizmente até o fechamento desta matéria não havíamos recebido retorno na nobre secretária.